sábado, 30 de janeiro de 2010

Brilha, brilha



Abaixo dos cílios inferiores derretia o grafite macio e negro do lápis, desenhando numa simetria perfeita, o contorno e a profundidade do rosto; as olheiras profundas, ainda mais profundas agora, se escureciam pelos vestígios da maquiagem. A penugem da face parecia escondida e penteada por uma camada grossa e suada de corretivos; o batom borrava no canto dos lábios um vermelho barato e os poros se abriam, a expressão tentava respirar algum pouco que fosse de naturalidade. Olha pra mim, ela pensou, meu nome é estrela.