A água que cai ali de cima se associa aos meus odores e aos vestígios da minha pele, leva de mim todo o resto de hoje, escorre pra esse ralo a companhia dos caras do ônibus, do cheiro urbano das 18:00 horas no centro da cidade. Tira esse meu cheiro de mim, esse meu cheiro de gente, toda essa humanidade minha que permite os meus resíduos e odores orgânicos. Essa água que escorre da minha cara e delineia o meu corpo vai pra lá, vai pra esses encanamentos sujos e escondidos da faxina que a diarista fez hoje aqui e vai lá pra baixo, seja lá aonde for isso, leva pro encontro do dia de outros numa reunião desorganizada do produto bruto de cada residência, independente de classe social ou de qualquer outro critério de pecuinhas.
É lá que a humanidade se une num incrível fluxo de realidade sincera. E amigo, vou te contar heim, lá fede.