Eu tenho a leve impressão de que às vezes, enquanto e durante o tempo em que meus olhos se perdem na brancura do teto com o limite sujo da parede, que ao meu lado, embaixo e em todo o meu redor brotam plantas, ramos que se expandem pelos móveis e inclusive se apoiam nos meus pés esticados no comprimento da cama. E eu continuo pensando e roendo as unhas, meus cabelos crescem e brotam juntamente ao habitat e cá continuo, as unhas vão alongando e o meu corpo depilado já começa a florescer outra vez e ainda estou aqui, as unhas pretas, o quarto amarelado, uma trepadeira avançando já pelo corredor e galhos tomando sol sob a janela, gramíneas colorindo o assoalho de verde e minuciosas flores aqui e ali, tímidas e murchas.
Então quando eu suspendo a cabeça pra dar uma bisbilhotada ao meu redor, eu chego à conclusão de que eu sou a rainha da floresta coroada por várias margaridas costuradas em ramos e raízes. Essa sou eu, a rainha da floresta.
Espera, acho que não era isso o que eu queria dizer.
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