Em ramos descentralizados no interior dos meus braços se apertam nós frouxos, puxando uma linha emaranhada no centro do peito. O corpo todo, esticado, reproduz reflexos interiores tentando afrouxar, afrouxando em esqueletos de borboletas e pétalas de rosas dissecadas. Os movimentos agora são limitados, as asas das borboletas escarlates e das rosas com pontas secas exalam putrefação, vão preenchendo cada curva e espaço dentro de mim, saem pelas minhas narinas e pelo movimento da língua. Eu te transmito meus nós, torço meu íntimo e meus segredos contorcidos, veja bem, você sente? Você enxerga? Você inalou meu cheiro, apalpou minhas palavras ásperas? São essas, são essas as que me fazem ser um desencontro; sim, um desencontro planejado minuciosamente por criaturas silenciosas e travessas, elas que circundam meus sonhos mais aconchegantes e que sussurram pelos meus lábios mistérios sujos e barrocos.
domingo, 11 de abril de 2010
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