domingo, 27 de junho de 2010

Metalinguagem falada


Ela me dizia, e ela dizia mais ou menos assim com as palavras se esbarrando e se entrelaçando num neologismo espontâneo acompanhado por uma voz adocicada; ela me dizia que não era mesmo uma coisa muito esquisita, não era? Essa coisa de somente escutar as pessoas e conseguir identificá-las pelo tom de voz, pelo timbre, pelo sotaque, por ela mesma. De escutar alguém e vir na sua mente a imagem da pessoa e junto com ela, todas as características e registros de quem ela é, os documentos emocionais que ela entregou pra você e que por eles você se guia numa linha de tratamento com ela. A voz da pessoa entra pelos ouvidos como se carregasse a pessoa pra dentro da gente, e lá dentro, a gente entende a pessoa do jeito que a gente pode.
A pessoa é um pouco nossa, então. Pois é, um pouco da gente também.
Acho que era um pouco de mim.

2 comentários:

  1. má, os textos que você escreve são inspirados por essas imagens que você coloca? Eles têm alguma ligação?

    Linda a sua maneira de escrever, continue. Sempre.

    guilherme bakunin

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  2. pra ser sincera gui, os trextos inspiram as imagens; primeiro eu escrevo, depois eu procuro scanear algum desenho ou imagem que tenha, de certo modo, uma ligação com a idéia principal do texto.

    e obrigada pelo elogio e incentivo, haha

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