Ela me dizia, e ela dizia mais ou menos assim com as palavras se esbarrando e se entrelaçando num neologismo espontâneo acompanhado por uma voz adocicada; ela me dizia que não era mesmo uma coisa muito esquisita, não era? Essa coisa de somente escutar as pessoas e conseguir identificá-las pelo tom de voz, pelo timbre, pelo sotaque, por ela mesma. De escutar alguém e vir na sua mente a imagem da pessoa e junto com ela, todas as características e registros de quem ela é, os documentos emocionais que ela entregou pra você e que por eles você se guia numa linha de tratamento com ela. A voz da pessoa entra pelos ouvidos como se carregasse a pessoa pra dentro da gente, e lá dentro, a gente entende a pessoa do jeito que a gente pode.
A pessoa é um pouco nossa, então. Pois é, um pouco da gente também.
Acho que era um pouco de mim.
má, os textos que você escreve são inspirados por essas imagens que você coloca? Eles têm alguma ligação?
ResponderExcluirLinda a sua maneira de escrever, continue. Sempre.
guilherme bakunin
pra ser sincera gui, os trextos inspiram as imagens; primeiro eu escrevo, depois eu procuro scanear algum desenho ou imagem que tenha, de certo modo, uma ligação com a idéia principal do texto.
ResponderExcluire obrigada pelo elogio e incentivo, haha