domingo, 12 de dezembro de 2010
terça-feira, 30 de novembro de 2010
O lamento da concubina
domingo, 31 de outubro de 2010
Café da tarde
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
12:45
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Adágio lamentoso
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
ensaio sobre o esboço
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Descostura
sábado, 7 de agosto de 2010
Gerúndio finito
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Tripas enlaçadas
Janelas opostas
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Subúrbio domicilar
domingo, 27 de junho de 2010
Metalinguagem falada
terça-feira, 22 de junho de 2010
Realismo piegas
segunda-feira, 21 de junho de 2010
zzzzzzz
segunda-feira, 31 de maio de 2010
Café minguante
terça-feira, 18 de maio de 2010
Tem certeza que deseja deletar este arquivo?
domingo, 16 de maio de 2010
A humanidade inteira dela
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Poeira cósmica
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Corujinha, corujinha, que peninha de você
Gostava de dar a volta ao redor da casa, mesmo que o quintal fosse limitado num corredor minado por merda de cachorro e por gritaria dos vizinhos, sim, gostava de passar as mãos nas esburacadas e ásperas paredes, estas cinzas e vermelhas com pedaços de tijolos batidos expostos, sentir aquele cheiro de década passada, aqueles cacos de vidros enfileirado acima do muro e uniformizados de azul, verde, céu... Lá dentro já lhe chamavam; ela se escondia na aresta da parede, ria sozinha, olhava os arames e as portinhas, os chinelos jogados junto aos cachorros, o cachorro dormindo sob a guarda do chinelo.
Já começavam a vir passos que rastejavam as solas dos pés, chamavam “Menina!” e ela corria pelo outro lado; pelo outro lado quem sabe não seria pega, não seria pega pela merda e gritaria, pelo céu azul batido de nuvens ralas, a cadeira de balanço ninada pelo vento, os jornais rasgados rodopiando no chão e pelo cheiro de bolo que vinha na porta da cozinha, um cheiro que somente em suas narinas era peneirado de vestidos de bonecas e pipas azuis.